Tudo sobre Deus

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A Existência de Deus - Parte 1
Qui, 26 de Março de 2009 13:49

As Escrituras em parte alguma propõe uma série de provas da existência de Deus como preliminares à fé: elas declaram o fato de Deus e chamam o homem a aventurar-se na fé. “Quem dele (de Deus) se aproxima precisa crer que ele existe” (Hb 11.6), e esse é o ponto inicial na relação entre o homem e Deus.

 

1. Sua existência declarada

2. Sua existência provada.
         a) O argumento da criação
         b) O argumento do desígnio
         c) O argumento da natureza do homem
         d) O argumento da história
         e) O argumento da crença universal

3. Sua existência negada.


I - A EXISTÊNCIA DE DEUS

1. Sua existência declarada

As Escrituras em parte alguma propõe uma série de provas da existência de Deus como preliminares à fé: elas declaram o fato de Deus e chamam o homem a aventurar-se na fé. “Quem dele (de Deus) se aproxima precisa crer que ele existe” (Hb 11.6), e esse é o ponto inicial na relação entre o homem e Deus.

A Bíblia, na verdade, fala de homens que dizem em seus corações que não há Deus, mas esses “tolos”, isto é, são ímpios praticantes que expulsaram Deus dos seus pensamentos porque já o expulsaram de sua vida. Esses pertencem ao grande número de ateus praticantes, isto é, os que procedem e falam como se Deus não existisse. Seu número ultrapassa em muito o número de ateus teóricos, isto é, os que pretendem aderir à crença intelectual que nega a existência de Deus. Observe que a declaração “Não há Deus” não implica dizer que Deus não exista, mas sim que Deus não se ocupa com os negócios do mundo. Contando com a sua ausência, os homens corrompem-se e comportam-se de maneira abominável (Sl 14). O Dr. A.B.Davidson declara:
 
A Bíblia não tenta demonstrar a existência de Deus, porque em toda a Bíblia submetendo-se sua existência. Parece não  haver nenhuma passagem no AT que represente os homens procurando conhecer a existência de Deus por meio da natureza ou pelos eventos da providência, embora haja algumas passagens que impliquem que as idéias falsas sobre a natureza de  Deus podem ser corrigidas pelo estudo da natureza e da vida (...). O AT cogita tão pouco sobre a possibilidade de conhecer a  Deus quanto cogita de provar sua existência.


Por que os homens argumentariam sobre o conhecimento de Deus, quando já  estavam persuadidos de que o conheciam, cônscios de estar em comunhão com ele, de que seus pensamentos estão cheios dele e são esclarecidos por ele, pois sabiam que seu Espírito se movia neles e os guiava em toda sua história?

A idéia de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus por meio de seus próprios esforços é totalmente  estranha ao AT. Deus fala, ele aparece; o homem ouve e vê. Deus aproxima-se dos homens; estabelece uma aliança ou relação  especial com eles e dá-lhes mandamentos. Os homens o recebem quando ele se aproxima: aceitam sua vontade e obedecem aos seus preceitos. Em parte alguma Moisés e os profetas são representados como pensadores que refletem sobre o invisível, formam conclusões acerca dele ou alcançam conceitos elevados em relação à Divindade. O invisível manifesta-se a eles, e eles o conhecem.

Quando um homem diz: “Eu conheço o presidente”, ele não quer dizer: “Eu sei que o presidente existe”, porque isso está subentendido em sua declaração. Da mesma maneira, os escritores bíblicos nos dizem que conhecem a Deus, e essas declarações pressupõem sua existência.


2. Sua existência provada

Se as Escrituras não oferecem nenhuma demonstração racional da existência de Deus, por que nós faremos essa tentativa?

Primeiramente, para convencer os que genuinamente buscam a Deus, isto é, as pessoas cuja fé tem sido ofuscada por alguma dificuldade,  as quais dizem: “Eu quero crer em Deus; demonstra-me  que é razoável crer nele”. Mas nenhuma evidência convencerá a pessoa que, por desejar continuar no pecado e no egoísmo, diz: “Desafio você a me provar que Deus existe”. Afinal, a fé é uma questão moral, não intelectual.  Se a pessoa não está disposta a aceitar, ela porá de lado todas e quaisquer evidências (Lc 16.31).

Segundo, para fortalecer a fé daqueles que já crêem. Eles estudam as provas não para crer, mas sim porque já crêem. Essa fé lhes é tão  preciosa que aceitarão com alegria qualquer fato que a faça aumentar ou enriquecer.

Finalmente, para poder enriquecer nosso conhecimento acerca da natureza de Deus. Poderia existir maior objeto de pensamento e estudo? Onde acharemos evidências da existência de Deus? Na criação, na natureza humana e na história humana. Dessas três esferas, deduzimos as cinco evidências seguintes da existência de Deus:

O universo deve ter uma “causa primeira” ou um Criador (argumento cosmológico, da palavra grega cosmos, que significa “mundo”).

O desígnio evidente no universo aponta para uma mente suprema. (argumento teológico, de teleos, que significa “desígnio ou propósito”).

A natureza do homem, com seus impulsos e aspirações, assinala a existência de um governador pessoal (argumento antropológico, da palavra grega anthropos, que significa “homem”).

A história humana dá evidências de uma providência que governa sobre tudo (argumento histórico).

A crença é universal (argumento do consenso comum). 

a) O argumento da criação. A razão argumenta que o universo deve ter um princípio. Todo efeito deve ter uma causa satisfatória. O universo, que é efeito deve ter, portanto uma causa. Consideremos a extensão do universo. Nas palavras de George W. Grey: “O universo, como imaginamos, é um sistema formado por milhões e milhões de galáxias. Cada uma delas se compõe de milhões e milhões de estrelas. Perto da extremidade de uma dessas galáxias – a via Láctea – existe uma estrela de tamanho médio e temperatura moderada, já amarelada pela velhice – o nosso Sol”.  E imaginem que o sol é milhões de vezes maior que a nossa pequena Terra! “O Sol”, prossegue o mesmo escritor, "gira numa órbita vertiginosa em direção à extremidade da Via Láctea, a 19.300 metros por segundo, levando consigo a Terra e todos os planetas, e, ao mesmo tempo, a própria galáxia gira, qual colossal roda-gigante estelar, levando consigo todo o sistema solar, que gira num gigantesco arco à velocidade incrível de 321 quilômetros por segundo. Quando algumas seções dos céus são fotografadas, é possível fazer a contagem de estrelas.


No observatório de Harvard College, vi uma fotografia que inclui as imagens de mais de 200 vias Lácteas – todas registradas numa chapa fotográfica de 35 por 42 centímetros. Calcula-se que o número de galáxias que compõe o universo é da ordem de 500 milhões de milhões”.

Consideremos  nosso pequeno planeta e, nele, as várias formas de vida existentes, as quais revelam inteligência e desígnios. Naturalmente, surge a questão: “ Como tudo isso se originou?”. A pergunta é natural, pois nossa mente é constituída de tal forma que espera que todo efeito tenha uma causa. Logo, concluímos que o universo deve ter tido uma “causa primeira”, ou um Criador. “No princípio – Deus” (Gn 1.1).

Esse argumento é exposto, de modo singelo, no seguinte incidente:

Um jovem cético disse a uma senhora idosa:
- Antes eu cria em Deus, mas agora, desde que estudei filosofia e matemática, estou convencido de que Deus não passa de uma palavra vazia.

- Bem – disse a senhora - , é verdade que eu não aprendi essas coisas, mas como você já aprendeu, pode me dizer de onde veio este ovo?

- Naturalmente de uma galinha – foi a resposta.

- E de onde veio a galinha?

- De um ovo, naturalmente.

A seguir, indagou a senhora:

- Permita-me perguntar: o que veio primeiro, a galinha ou o ovo?

- A galinha, por certo – respondeu o jovem.

- Ah, então, a galinha existia antes do ovo?

- Ah, não, deveria dizer que o ovo veio primeiro.

- Então, eu suponho que você quer dizer que o ovo existia antes da galinha.

O moço vacilou:

- Bem, veja bem, minha senhora, isto é...bem...naturalmente, a galinha veio primeiro.

- Muito bem – disse ela – ,quem criou a primeira galinha de onde vieram todos os sucessivos ovos e galinha?

- Que é que a senhora quer dizer com isso? – perguntou ele.

- Quero dizer simplesmente que aquele que criou o primeiro ovo ou a primeira galinha é aquele que criou o mundo – replicou a senhora. 
– sem Deus, você não pode explicar sequer a existência de um ovo ou de uma galinha, e ainda quer que eu creia que você pode explicar a existência do mundo inteiro sem Deus!